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Foto do escritorRomeu Waier

O BARCO A DERIVA

Estou lendo o livro comer, rezar e amar. Então tera algumas citações do livro.

Voce ja teve a sensação que se parasse por algum momento, tudo estagnaria? Eu sei que a vida é aquilo que nós criamos e idealizamos. Mas e quando isso se trata dos nossos relacionamentos? Seja amigos, namorados, marido, esposa, mãe, filho e etc. Estou passando por uma situação que me coloca como vitima em 30 porcento e como independente em 50 porcento. Mas por algum motivo que não sei qual estou me sentindo sozinho, extremamente sozinho. E me sinto assim justamente porque pareçe que se eu deixasse de insistir, tudo morreria.

” A gente precisa ter o coração partido algumas vezes. Isso é um bom sinal… ter o coração partido. Quer dizer que a gente tentou alguma coisa. ” – Comer, rezar e amar

Para que voce consiga entender melhor, usarei uma metafora que acredito que se encaixa perfeitamente na sensação que eu, e talvez mais algumas pessoas estejam sentindo.

”Existe esse barco, que esta no meio do oceano atlantico perdido. Nesse barco esta este garoto (a) que não faz a minima ideia onde esta. Irei o apelidar de Bartolomeu. Tudo em sua volta é apenas agua e a unica coisa que ele sabe que deve fazer, é seguir o norte. Porem dentro desse barco existe uma outra pessoa. Essa outra pessoa represente seus amigos, namorado, familiares e etc. Que irei apelidar de Narciso. Dentro do barco essa outra pessoa esta deitada olhando seu proprio reflexo no mar. Enquanto isso nosso personagem principal esta remando com os quatro remos em direção ao norte. Esta preocupado com sua segurança e com a de Narciso. Vem tempestades a frente, e ele protege Narciso e a si mesmo. Narciso chora pela própria vida e pelo destino, praguejando infinitas vezes como a vida é injusta. Durante todas as adversidades, Bartolomeu percebe que Narciso esta morrendo de fome, quase inconsciente e ainda reclamando e praguejando todas as adversidades. Bartolomeu então com ajuda de uma faca retira um pedaço da pele de sua mão, e coloca seu sangue em um recipiente parecido com uma taça. Logo acaba alimentando Narciso com seu próprio sangue e pele. Quando anoiteceu ambos viram a luz do farol que procuravam. Uma nova chance de sobreviver surgiu. Narciso pega um dos remos a direta e Bartolomeu em um dos remos a esquerda. Ambos cada vez mais rapido em direção ao farol. Mas mesmo que passasse dias, semanas, meses. O farol continuava distante. E aos poucos ambos iam morrendo cada vez mais rapido. Narciso larga seu remo e desiste. Bartolomeu olha aquela cena, e sem forças teme pela desistência, pois se ele não continuasse, sera que seu parceiro teria esta garra e empatia? Assim ele resolve se colocar deitado no barco para descansar, enquanto Narciso briga com ele, dizendo que não havia ajuda na situação. Bartolomeu ja havia doado pedaços aleatorios e grossos de suas duas mãos para Narciso comer, e uma parte de sua perna. Foi quando Bartolomeu decidiu parar de tentar remar, continuar, insistir em levar todos em seu barco. Boa parte de sua esperança e medo, era ver se o parceiro que estava junto com ele pegaria os remos, ou pularia do barco. Por alguns instantes o barco ficou boiando, sem movimento, apenas pequenas ondulações. Assim ficou por dias, semanas, meses. Até que Bartolomeu disse

ID:12118265

  1. De tempo ao tempo, vá a avante. Dei do meu corpo e sangue a nós. E sem forças não continuo esta jornada. Mas mesmo que minha alma deixe esse barco hoje. Digo que tentei levar nossas vidas por um caminho longo e torduoso. Que orgulhava-me a dizer que era nossa missão de viver, mas agora percebo que nem do meu corpo e nem da sua vida importas para o tempo. A não ser a ajuda que achei ter. Lamento ter vivido esta aventura sozinho

Assim, Narciso olha em seus olhos e responde

  1. A vida é injusta e trevosa, neste caminho minha dor me torturou, meu choro veio a tona, meu corpo gritava, meus olhos sangravam, minha saudade crescia. Meu corpo… Meu… Eu…

Bartolomeu responde

  1. Nós, essa jornada era nossa, não sua, e nem minha. Mas nossa. Espero que voce continue agora oque eu não fui capaz de fazer, que foi viver isso sozinho e não por nós. Talvez agora perceba que chegar vivo nunca foi meu objetivo, mas te deixar vivo. E pelo pequeno instante que desisti, voce não percebeu, que era o momento exato de tentar.

Assim Bartolomeu morre, e Narciso continua vivo no barco remando sozinho com os mesmos conflitos de antes. Agora sem Bartolomeu, comida ou companhia. Tendo que achar o farol sozinho. ”

Assim termino esta postagem. Faça a sua moral da história. E me conte como puder me contar. Acredito que por um instante decido soltar tudo ao universo. Meu medo é ninguem pegar os remos, minha esperança é a confiança.

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